segunda-feira, 20 de julho de 2015

Sandra

Conheci-te no primeiro aniversário que passei na Madeira, eu estava triste porque estava longe dos meus amigos (continentais) e da minha família. Nessa noite conheci-te a ti e o “pessoal do Porto da Cruz”, como ainda hoje vos chamo, um grupo de pessoas fantásticas que são presença assídua na minha vida. Foi a prenda de aniversário perfeita!
Nunca suspeitei do problema que tinhas tido no passado, toda a tua alegria de viver e a boa disposição nunca me deram a mais pequena pista, só muito tempo depois de te conhecer é que me contaste todo o percurso que tiveste.
Sei que rimos juntas mais vezes que choramos. Sei que agora estou a chorar porque estás a ser enterrada, mas também sei que sempre que me lembrar de ti vou sorrir e enfrentar. Foi isso que me ensinaste a fazer. A lutar sempre com garra e um sorriso no rosto. Lembro-me quando te disse que vinha embora para o Porto e só me disseste: “gosto muito de ti, vais fazer muita falta cá, mas vai se é para seres feliz”. Há que lutar por ser feliz, há que proclamar o amor como se de uma espécie de religião se tratasse. Sempre fui crente na religião do amor, contigo aprendi a ser um “pedâcinho” mais. Cada dia aprendo que o amor é a base de tudo na vida, sei que não te vou ver mas que vais estar sempre perto de nós. Sei disso tudo, mas mesmo assim não gosto deste sentimento de perda que se apodera de mim. Quando fui para a Madeira nunca pensava em voltar. Chamava-lhe na brincadeira a ilha-dos-amores e foi mesmo. Fui por um amor e voltei com o coração cheio de amores. Voltei, mas uma parte de mim fica na Madeira para sempre.

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