domingo, 4 de maio de 2014


continuas a ser a mão que me ampara e eu continuo a "deitar a língua de fora" em sinal de protesto...




Palavras para a Minha Mãe

mãe, tenho pena. esperei sempre que entendesses 
as palavras que nunca disse e os gestos que nunca fiz. 
sei hoje que apenas esperei, mãe, e esperar não é suficiente. 

pelas palavras que nunca disse, pelos gestos que me pediste
tanto e eu nunca fui capaz de fazer, quero pedir-te
desculpa, mãe, e sei que pedir desculpa não é suficiente.

às vezes, quero dizer-te tantas coisas que não consigo,
a fotografia em que estou ao teu colo é a fotografia
mais bonita que tenho, gosto de quando estás feliz.

lê isto: mãe, amo-te.

eu sei e tu sabes que poderei sempre fingir que não
escrevi estas palavras, sim, mãe, hei-de fingir que
não escrevi estas palavras, e tu hás-de fingir que não
as leste, somos assim, mãe, mas eu sei e tu sabes.

José Luís Peixoto, in "A Casa, a Escuridão"

sexta-feira, 2 de maio de 2014




De sapatinhos vermelhos às bolas brancas vou de braço dado com os devaneios de criança e de braço dado contigo que sempre me guiaste pela vida.

Quando recordo esta minha vida de fantasia e brincadeira que, prezo por ainda manter uma boa parte, vejo o quanto tive sorte por te ter. Obrigada Pedro.