quinta-feira, 20 de março de 2014


33. Diga 33. 
Sempre brinquei com este número e agora esbarro-me com ele.

Às vezes tenho dúvidas da minha verdadeira idade. Todos me diziam: "quando chegares aos 18 é que vai ser fixe". Os 18 chegaram e voaram e eu nem dei por eles. 
Depois diziam: "ahh quando chegares aos 20 vais ver..." Os 20 entraram, sentaram-se à mesa, servi-lhes uma bela refeição e tivemos um belo serão. No fim... despedimo-nos com alegria.
Quando comecei a aproximar-me dos 30 diziam: "quando chegares aos 30? vais ver... a vida passa a correr, é uma tristeza." Ora bem, já moro nos 30 vai fazer 3 anos e tenho uma excelente relação de amizade com este senhorio. Fazem-me crer que até cresci por ter chegado aos 30. Quando alguém vê a minha idade e percebe que atrás do cabelo desalinhado, dos sapatos da camper e do olhar de miúda  está uma "mulher crescida" é engraçado. 

Até me deu gozo passar dos 30, confesso, apesar de continuar sem saber se os tenho. Neste meu mundo sinto-me viver sem perceber muito bem qual a minha idade. Continuo a mesma que olha sempre para o céu como se fosse a primeira vez. Desfruto do instante mágico das coisas. Torno-me, facilmente, numa criança de olhos a brilhar que se espanta com tudo . Embriago-me em música para fazer a fotossíntese diária cerebral. Deixo-me apanhar boleia pelas cores de uma bola de sabão. Sustento-me pelo amor e pela amizade, sem eles viveria num Inverno perpétuo. Absorvo sorrisos e olhares genuínos que me alimentam a alma. Tenho em mim a baloiçar todos os sonhos do mundo. Faço por sentir o riso de que tanto gosto e o qual posso reclamar como minha pertença. Continuo a criança que espera ansiosamente pelas prendas fáceis ou difíceis.


Eu sou assim, não sei ser de outra maneira.

Tenho 33, diz-me a minha mãe e eu acredito nela. Mesmo que, por vezes, nem ela acredite.

domingo, 16 de março de 2014


 

Aqui a tua sombra era do tamanho da minha mas eu ainda te pegava ao colo para te abraçar. Agora quando te abraço os meus braços já encaixam por baixo dos teus. Sim, por muito que me custe admitir e aceitar, já estás mais alto que eu. Mas os abraços continuam iguais, continuas a ser o meu beija-flor. Fazes parte de mim.
Parabéns Gonçalo.