quarta-feira, 14 de janeiro de 2009


Bolas De Sabão


As Bolas De Sabão
As bolas de sabão que esta criança
Se entretém a largar de uma palhinha
São translucidamente uma filosofia toda.
Claras, inúteis e passageiras como a Natureza,
Amigas dos olhos como as cousas,
São aquilo que são
Com uma precisão redondinha e aérea,
E ninguém, nem mesmo a criança que as deixa,
Pretende que elas são mais do que parecem ser.

Algumas mal se vêem no ar lúcido.
São como a brisa que passa e mal toca nas flores
E que só sabemos que passa
Porque qualquer cousa se aligeira em nós
E aceita tudo mais nitidamente




|Alberto Caeiro - O Guardador de rebanhos

Um comentário:

Rui Spranger disse...

Muito obrigado pelo teu comentário no meu Blog :)
Aproveitei e vimm aqui espreitar e gosto muito do teu. Parabéns!
Se ainda não viajaste talvez nos cruzemos no sábado no "Quintal".
Se não, até às proximas férias. :)